The Hidden Nexus
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 Diário de Nergal

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Nergal

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MensagemAssunto: Diário de Nergal   Diário de Nergal Icon_minitimeQui Abr 02, 2020 3:36 pm

~~~~ INTRODUÇÃO ~~~~

Diário de Nergal. Dia 21 de maio de 2011 – 1 ano após o abraço.

  Chove esta noite. Não uma chuva constante e intensa, mas uma ocasional e suave, seguida por uma leve e fresca brisa de outono. Noite perfeita para que crianças peguem o primeiro resfriado do ano. Resfriado... algo tão ordinário e comum aos olhos da humanidade agora parece algo tão distante e obscuro. Felizmente, este é um mal que não me acomete mais. Ah, não. Ao menos, não depois daquela noite... aquela fatídica noite há um ano atrás.
  Estou divagando! Preciso me concentrar. Escrevo como se esta realidade ainda fosse novidade para mim. Klaus diz que expressar meus pensamentos neste diário ajuda a limpar a mente e, consequentemente, focar com maior intensidade e concentração nos estudos taumatúrgicos.
  Olho para a cabeceira da cama e vejo o livro pardo sobre rituais que preciso terminar em, no máximo, dois dias. Klaus prometeu me ensinar o ritual da Máscara das Sombras logo após. O ritual é muito interessante. Percebo certas influências da Thelema de Aleister Crowley em sua formulação teórica, acrescentando, claro, as propriedades singulares do vitae em concomitância com a arcaica mágika humana. A teoria é simples e precisa, mas a prática nos conduz a uma obscuridade imensurável. É como s
  A chuva se intensifica, me faz lembrar coisas que não mais me pertencem. Me concentrar agora parece uma ideia tão distante quanto terminar meu doutorado. Ah! As lembranças seguem o ritmo pluvial de forma crescente em minha mente. Olho para o Deus sumério tatuado em meu braço direito – o mesmo Deus que influenciou meus pais para a decisão de meu nome. Nergal... O Deus sumério da morte. Estaria eu destinado a seguir a “pós-vida” como “não-vida”? Talvez. Mas isso não influenciou apenas meu vampirismo... minha vida mortal toda foi conduzida por linhas tortuosas induzidas por questões filológicas e simbólicas além de meu controle.

~~~~ CAPÍTULO 1 – TATUAGENS E ARMAS BRANCAS ~~~~

  Lembro-me como se fosse ontem. Minha infância foi ponto chave para meu desenvolvimento como artista e teórico-artístico. Desenhar, afinal, sempre fora um dom na qual desenvolvi com uma naturalidade impressionante. Com 10 anos já era capaz de desenvolver retratos alarmantemente realistas. Na adolescência, por sua vez, com pais panculturais em casa influenciando diretamente e com hormônios desenvolvendo-se de forma assustadoramente impetuosa em meu organismo, o interesse pelo simbolismo mitológico e sobrenatural aflorou precocemente, se transformando em minha principal obsessão artística – o que também indica minha consequente paixão e subsequente fanatismo por Lovecraft e suas obras, transformando-o em meu autor favorito até os dias de hoje. Com o estudo por mitologias se desenvolvendo concomitantemente a meus estudos de desenho, decidi, quase que juntamente, virar tatuador para pagar minha faculdade de História.
  Em 1991, com 17 anos, comecei minha carreira, ganhando considerável destaque na área do “black work”. Metaleiros, hippies, satanistas e simpatizantes do estilo me procuravam, estarrecidos por meus trabalhos escuros envolvendo, principalmente, simbologias mitológicas. Não obstante, meus estudos de desenho contribuíam diretamente em meus conhecimentos e crescente interesse pelo oculto, mítico, mitológico e sobrenatural.
  Foi, inclusive, em uma de minhas sessões de madrugada – o que admito ser algo bastante comum no ofício que exercia – que conheci Maurício, instrutor de Krav Maga e Kenjutsu. Ele gostou tanto do trabalho realizado que me ofereceu uma bolsa integral de estudos e treinamento em suas escolas – claro, se fossem ofertadas outras sessões de tatuagem em troca da “bolsa”. Como afirmei anteriormente, meu interesse por mitologias era demasiado, e luta com armas brancas era algo corriqueiro em contos e poesias antigas, principalmente em duas das quais mais obsequiei apego, a nórdica – nas vertentes, principalmente, escandinavas da interpretação dos embates e acordos de paz dos “Aesir” e “Vanir” – e a japonesa, com enfoque no “kojiki”. Meu assentimento foi instantâneo.
  O tempo que passei treinando com Maurício foi absolutamente produtivo. Misturar e estudar a arte destrutiva e bruta do Krav Maga conjuntamente com a arte harmoniosa, leve e disciplinada do Kenjutsu foi completo e abriu passagens que nunca imaginei que eu poderia cruzar. Mal sabia eu que, naquela época, eu estava me treinando para virar uma arma nas mãos certas.
Em 1994, então, com 20 anos, iniciei meus estudos acadêmicos na Universidade Regional de Blumenau (FURB). Com dinheiro guardado para pagar parte do curso, mantive minha carreira como tatuador pelo tempo necessário para me formar, em 1998, e iniciar meus trabalhos como consultor mitológico para autores e estudiosos da área – tendo largado o trabalho de tatuador aproximadamente 6 meses antes da formação em História. O treinamento com Maurício parou aproximadamente por essa época, o que possibilitou que eu desenvolvesse meu próprio estilo com espadas, aproveitando o melhor de cada estilo aprendido e criando algo novo, mas eficaz e destrutivo.
  Com a vida encaminhada e diversos estudos sendo desenvolvidos, consegui uma vaga para mestrado em História Medieval com enfoque em mitologias e simbologia mística na Universidade Federal de Santa Catarina, onde tive a oportunidade de ter como colega e amante meu primeiro e único amor, Michele.
  Ah! Michele... sinto sua falta.

~~~~ CAPÍTULO 2– MICHELE ~~~~

  Michele era formada em História pela Universidade Federal de Santa Catarina, e estava fazendo mestrado em Historiografia marxista. Enquanto ela estudava Marx, Engels e Furet, eu estudava Norberto Luiz Guarinello, D'haucourt e Hilário Franco. Vertentes de estudos nada conexas (ao menos, não diretamente) mas que não impediram que nos conectássemos.
  Foi em uma noite quente e seca, nada parecida com a de hoje, que saímos pela primeira vez. Fomos a um boteco de quinta categoria nos arredores da universidade após uma aula extremamente cansativa sobre metodologia dialética e analítica. Ainda lembro de sua aparência, de seu jeito, de seu cheiro... o que não me lembro, com precisão, ao menos, é o que fiz, o que disse ou o que insinuei, mas me lembro de seu beijo. Seus lábios ainda molhados pela cerveja que acabara de ingerir tocando os meus como plumas úmidas e ardentes me enlouqueceram em uma crescente paixão ao ponto que achei ser impossível até aquele momento. Seus olhos como joias de prata de estonteante beleza encarando os meus com um hipnotismo avassalador, insinuando um convite irrecusável, me enlouquecendo com agitações de excitação delirante. Naquela noite nos unimos pela primeira vez. O toque, o beijo, os sons emitidos, tudo ocorrera de forma perfeita e apaixonante. No fim daquela noite eu sabia que iríamos nos casar e que era com essa mulher que eu iria passar o resto de minha vida.
  Se ao menos eu tivesse sido menos egoísta, menos estúp
  Em 2001, assim que findado nosso mestrado, resolvemos nos casar. A cerimônia foi pequena e apenas compareceram familiares e amigos próximos, a maioria da parte de Michele. Meus parentes, assim como eu, ainda manifestavam o luto da morte de meus pais no acidente de carro no final de 2000, e uma cerimônia com festa e dança não parecia ser algo muito convidativo. No fim da noite, após o término do baile, nos dirigimos até o Hotel Glória e realizamos a primeira etapa de nossa lua-de-mel. Ainda me lembro da nossa sincronia naquele dia. Lembro perfeitamente de Michele, do calor de seu corpo se movimentando sensualmente como intensas ondas de choque sobre o meu, como se, a qualquer momento, fôssemos explodir em feixes de fogo e luxúria. Se Michele soubesse o quão estúpido eu seria ela...
  No dia seguinte, fomos até Navegantes pegar o primeiro voo até Manchester, no noroeste da Inglaterra. Lá, tardiamente, decidimos que viveríamos juntos em Blumenau, e que prestaríamos concurso para darmos aula na FURB de acordo com nossas especialidades. Em comemoração ao grande passo que demos em nossas vidas, decidimos nos tatuar. Lembro que foi assim que conheci o trabalho de Sean Parry, que fechou meu braço esquerdo com alegorias à cronologia da Mitologia nórdica, traçando desde o enforcamento de Odin na Yggdrasil até o Ragnarok. Michele também se tatuou com ele, fazendo uma Valknut em suas costas.
Voltando de viagem, juntamos nossas economias e conseguimos financiar uma casa na Velha que não era “grande coisa”, mas era aconchegante, comportava nossa biblioteca, um escritório e nos manteria juntos.
  Adequadamente instalados, prestamos concurso para lecionar na FURB pouco tempo depois. Foi então que, com 27 anos, me tornei professor de História Medieval, História da Arte e História Antiga I. Michele se tornou professora de Historiografia marxista e Introdução à História. Mal sabíamos nós que este era o início do fim.
  Ah! Michele...

~~~~ CAPÍTULO 3– DESALENTO ~~~~

  Em 2006 eu e Michele éramos egrégios professores com reconhecimento notável na casa. Havíamos iniciado, conjuntamente, nosso doutorado e o salário era o suficiente para que mudássemos para um apartamento que comportasse melhor nossas necessidades de espaço e deslocamento ao trabalho.
Tudo era conforme havíamos planejado há tanto tempo atrás. A vida que planejamos, que sonhamos... nós a estávamos vivendo. Com 33 anos, porém, nem trabalho, nem estudo e nem casa eram o suficiente para comportar nossos desejos. Queríamos algo a mais, ALGUÉM a mais, alguém que viesse de nossos frutos, de nossa carne, de nosso amor. Queríamos um filho.
  As tentativas foram incessantes, mas as falhas perduraram. Após algum tempo, as falhas começam a fazer uma diferença tremenda para quem está acostumado a vencer. Foi em uma tarde sem aula que visitamos um consultório médico e tivemos a terrível notícia, a notícia que estragaria tudo e faria eu pôr fim à nossa felicidade. Eu era estéril.
  A benevolência de Michele não vacilou por nem um segundo. “Vai ficar tudo bem, meu amor”, “Podemos adotar”, “Não precisamos de filhos agora”, “Eu te amo da forma que for”, “Na saúde e na doença”, “Eu te amo...”, “Você é tudo o que preciso”, “Eu te amo...”... eu te amo.
  Me perdoe.
  Homens são monstros insaciáveis por suas lascívias. As propriedades carnais em muitos sentidos querem dizer mais do que as sentimentais, e são nestes momentos que são cometidas as piores atrocidades da história. A fraqueza da carne...
  Ainda arrasado, eu estava lecionando à noite em uma das últimas aulas do semestre e a turma me convidava incansavelmente para acompanha-la em algumas canecas de cerveja para comemorar o fim do período. Motivado por meus demônios interiores, cedi à tentação, um erro que pagarei o preço eternamente.
Entre demasiados copos, com o álcool começando a fazer efeito em meu organismo, passo a notar a beleza de uma estudante em particular. Thaís, a patricinha da sala. Tudo o que eu precisava era um sorriso. Era tudo o que eu precisava e foi o que recebi. Aquele sorriso angelical nutrido de veneno e perversidade encontrou meus olhos com uma coerção sobrenatural, enfeitiçando-me com peçonha e beleza. Não há, porém, desculpa que justifique meu caráter ou infâmia.
  Eu sabia que Michele não estaria em casa até às 4h e 30min da manhã, pois estaria voltando de um Congresso em Lages, na qual fora palestrante. As maléficas engrenagens de meu cérebro passaram a operacionar o plano da “traição perfeita”. Chego em casa acompanhado. As roupas já não fazem mais parte de nosso corpo. O pecado capital toma conta do aposento e consolido o tenebroso feito.
  Eu sabia que Michele não estaria em casa ... o que eu não sabia, era que o Congresso havia terminado antes em decorrência de um cancelamento inesperado. A porta abre. Tudo o que ouço é desolação, choro e melancolia.
  Corro para tentar corrigir meu erro, mas com o peso de carne, vísceras e perversidade em cima de mim não consigo me mover em uma velocidade que alcance Michele. Ela alcança o carro e vai embora antes que eu possa tomar qualquer ação. Levo Thaís para casa e durmo em um hotel. Aviso Michele por SMS e clamo para que me escute no dia seguinte.
  Acordo às 5 da manhã. Sinto algo de errado. Olho para o celular. Nada. Decido voltar para casa e ver se Michele já chegou, para que possamos conversar e voltar à vida perfeita que tínhamos.
A vida perfeita que tínhamos...
  Chego em nossa casa, o silencio enche meus ouvidos com uma inquietação alarmante. Caminho pela sala e noto que continua tudo na mais perfeita ordem. A cozinha, intocável. A biblioteca recheada e silenciosa. Decido ir ao quarto.
O quarto...
  Um barulho seco e frio de corda e aperto inva de minha audição como um estrondo ensurdecedor. Apresso o passo começando a temer pelo que possa vir a acontecer. Abro a porta. O rugido da porta no assoalho toma conta do espaço em uma completude monótona e sinistra. Ao terminar o movimento do rígido objeto observo o maior terror de minha vida e não-vida pendendo em um lustre há pouco, na época, instalado sobre o teto de mármore.
  Vejo Michele pendurada. O corpo ainda balança horizontalmente para trazer movimento ao local. Debruço-me sobre seu cadavérico corpo pendular. Sua pele ainda rosada denuncia que a morte não ocorrera há muito tempo. Meu desespero toma conta do ambiente. Meus gritos de desespero ressoam pelo bairro todo. Nossa vida perfeita se fora...
  Ah! Michele... me perdoe.

~~~~ CAPÍTULO 4– OCULTISMO ~~~~

  Passam três anos da morte de meu amor. Três anos de melancolia, tristeza e arrependimento. A morte de Michele deixou um vazio em minha vida que nem meus estudos, meu trabalho, minhas leituras, minhas artes ou treinamentos de espada podem preencher. É neste período, inclusive, que termino as tatuagens de meu braço direito, por conta própria, adicionando o herege Deus sumério da morte em uma de suas extremidades.
O diretor do curso me convence a não desistir do emprego que com tanto suor conseguimos. Me mantenho como professor titular do quadro da instituição, mas minha pretensão e dedicação é norteada para uma área totalmente diferente da que me acometi com tanto fervor em tempos anteriores.
  Deixo minha tese de doutorado pela metade, semi-pronta, e passo a me dedicar aos estudos referentes a ocultismo e artes místicas. Incrivelmente, tais perícias tomam mais do corpo do que podemos imaginar. Portanto, dedico-me ainda ao treinamento com armas brancas, mas com um diferencial novo e selvagem: um desejo e enfoque perturbadoramente motivado a matar.
  O ocultismo me traz esperanças vãs. Uma esperança de que talvez um dia eu possa conversar novamente com minha amável Michele. Uma esperança de que um dia eu possa ver novamente minha carinhosa Michele. Uma esperança de que um dia eu possa me desculpar com minha inocente Michele.

~~~~ CAPÍTULO 5– O ABRAÇO ~~~~

  Em março de 2010, em uma de minhas idas ocasionais à biblioteca da FURB, em uma das mais afastadas e obscuras sessões que trata sobre Mitologias antigas e Ocultismo, um ser em especial me chamara a atenção, talvez porque ninguém vá lá ou, talvez, porque ele me encarava fixamente, sem desviar o olhar por nem um segundo, me causando um incômodo transcendente. Incomodado, dirigi-me à saída decidido a ir para casa.
Saindo da biblioteca e caminhando pelo estacionamento da universidade me surpreendo em um sobressalto. A curiosa figura que me causara tamanha inquietação estava em minha frente. Estranhamente, eu conseguia analisa-lo com maior detalhamento ali, no escuro. Se tratava de um homem elegante, com cabelo ralo, mas bem penteado, com um Marlboro entre os lábios.
  O estranho senhor se aproximou de mim, de forma exorbitantemente simpática, puxando assuntos e conversas de meu interesse. Conversamos sobre a vida, sobre melancolias, sobre literatura, sobre arte, sobre ocultismo e sobre trabalho. Estranhamento, eu senti quase que de imediato que podia me abrir com ele. Descobri seu nome no meio desta conversa, inclusive: Klaus.
  O tempo passou e ficamos horas no estacionamento conversando, até que, de súbito, Klaus manifesta a seguinte frase: “Se quer se livrar desse sofrimento, minha criança, eu tenho a solução.”. Curioso e inquieto, não pude segurar meu alvoroço. E foi nesse momento que Klaus me contou da vida vampírica e taumaturgia Tremere – sendo, no momento, algo ainda muito abstrato e sinistro à minha mente.
  Abalado, cansado e em dúvida, não conseguia mais distinguir o que era ficção e o que era realidade. A história de vampirismo é difícil de engolir de início. Foi então que Klaus narrou acontecimentos da minha vida que eram, até então, reservados apenas para mim. Revelou erros e incorreções em meus estudos ocultos, e ofereceu a oportunidade de aprendizado e correção.
  Atordoado pelo baque das informações, peço cinco minutos de reflexão. Penso em Michele, em seu sorriso, seu calor, seu beijo. Penso em como tais coisas jamais se farão presentes em minha vida novamente. Penso que nada tenho a perder e que nada tenho a me arrepender. Então, com um tímido assentimento, aceito a proposta.
  Klaus se aproxima, diz palavras confortantes e pede que eu feche os olhos. Dentes afiados como facas furam meu pescoço. Sinto a dor por um milésimo de segundo, mas esta é acompanhada em subsequência por um prazer sobrenatural irresistível. Sinto como se mil orgasmos me alcançassem ao mesmo tempo, até que, de súbito, tudo para. A noite escura empalidece, minha cabeça tomba e minha mente viaja há éons de distância, enquanto sinto a vida deixando minha carcaça.
  Acordo um tempo depois. Descubro que se passou uma noite. Estou diante de Klaus, me dando as boas vindas ao clã Tremere. Meu aprendizado começou. Minha vida cheia de arrependimentos, amarguras e pecados egoístas está findada. Agora sou Nergal, do clã Tremere, e provarei meu valor perante meus irmãos e senhores!

~~~~ CONCLUSÃO ~~~~

  Este pequeno desabafo de fato surtiu certo efeito. Sinto um peso a menos em minhas costas. O livro pardo de couro agora parece mais chamativo e convidativo. Olho para os livros de Lovecraft em minha prateleira que há tanto prometo maratonar em releitura e adio novamente o mortal desejo.
  Infelizmente, terei de amassar e descartar os presentes escritos, em vista de minha fragilidade exposta. Não é algo que gosto de demonstrar. Pela primeira vez em anos me sinto bem, me sinto forte, me sinto útil.
Essa minha motivação talvez possa ajudar em algo. Talvez meu velho amigo Dimitri, o velho “russo” que conheci quando treinava com Mauricio, possa se beneficiar de minha nova forma. Ele está em estado terminal no hospital, vítima de uma patologia hereditária que o acometeu. Quem diria, um homem tão grande derrubado por um vírus tão pequeno. Li há pouco tempo que vampiros podem criar lacaios através de laços de sangue com mortais. Russo seria uma excelente companhia e ajuda, principalmente aqui no Ad Vitam... mas pensarei com mais calma depois de meus estudos.
  Abro o livro, vou começar a leitura. Esperança acomete meu cerne. Talvez agora eu faça a diferença. Talvez agora eu consiga orgulhar Michele. Talvez agora eu consiga mostrar meu valor. Talvez agora eu consiga salvar alguém como Dimitri. Mas hoje estudo. Estudo para crescer, para prosperar, para vencer. Meus irmãos terão orgulho.
  Chove esta noite...


Informações gerais sobre Nergal:

Nergal Dorigon, 36 anos mortais. Nascimento em 18 de maio de 1974. Abraço em 21 de maio de 2010.
Trabalhou como tatuador dos 17 anos até os 23.

Se formou com 24 anos em história. Fez mestrado e o terminou com 27 anos.

Deu aula de História Medieval, História da Arte e História Antiga I como professor titular do quadro da FURB até sua não-vida o trazer o cargo de Diretor e administrador do Hospício “Ad Vitam”.

Sua mulher se matou quando ele tinha 33 anos, vítima de uma depressão advinda da tristeza ao presenciar Nergal a traindo com uma aluna. Desde então, Nergal se dedicou a estudar ocultismo e outras artes místicas envolvendo mágika até despertar o interesse de Klaus, sendo abraçado pouco depois de completar seus 36 anos mortais.
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